As portagens da Costa do Marfim

Chegámos em cima da hora do fecho da fronteira. Lá fomos a correr carimbar os passaportes na saída do Gana, para depois entrar na Costa do Marfim. Ao contrário do que seria de esperar, os portugueses rapidamente conseguiram tratar das formalidades, enquanto que os ganeses encontraram mais dificuldades e tiveram logo de começar a distribuir algum dinheiro pelos funcionários. De facto foi das fronteiras mais confusas que encontrámos, com funcionários, militares, polícias e outras pessoas à civil que pareciam ser externas ao sistema, quase todos a tentar extrair dinheiro a quem queria atravessar. O facto da fronteira estar a fechar fragilizou ainda mais a nossa posição. Depois de algumas horas a tratar do "Laissez Passer" para os carros e à espera de quem nos trocasse dinheiro para os inevitáveis pagamentos, entrámos na Costa do Marfim já durante a noite. Pouco tempo depois tivemos de parar num "check point" onde fomos cercados por militares a exigir dinheiro para nos deixar passar. Isto repetiu-se mais 2 vezes antes de chegarmos à primeira cidade onde pudemos encontrar um sítio para dormir, seguindo as indicações de um professor da universidade de Abidjan que iríamos encontrar no dia seguinte.