Derradeiro e emocionante dia de medições em África
Partimos cedo de Otukpo para evitar conduzir à noite. A ideia era apanhar a auto-estrada na zona de Enugu mas a confusão do trânsito e a má sinalização deu alguns problemas e acabámos por andar alguns quilómetros por vias secundárias e só apanhar a estrada principal mais à frente. Pensámos que depois de entrar na auto-estrada o avanço seria mais fácil. No início foi um pouco assim, dado que o piso estava em boas condições, o trânsito não era muito e havia poucas barreiras policiais. Além na havia problema em parar na berma, já que toda a gente o fazia. Porém, em Onitsha apanhámos uma tramenda confusão de trânsito e perdemos bastante tempo.
Entretanto, a quantidade de barreiras policiais ia aumentando consideravelmente e as matrículas ganesas dos nossos carros chamavam logo a atenção dos polícias, que logo olhavam para nós como porquinhos mealheiros, especialmente quando percebiam que não eram só africanos que iam lá dentro. Nós íamos preparados com notas de valor pequeno mas rapidamente se esgotaram. Reparámos que muitos condutores nem paravam, só passavam já com o braço de fora e a 'portagem' na mão, uma espécie de 'via verde'. O mais preocupante mesmo era verificar que alguns daqueles polícias armados até aos dentes não passariam no teste do balão.
Porém, a maior emoção estava reservada para a zona de Benin City. Estávamos nós calmamente a fazer a paragem de 30 minutos na zona de separação entre as duas faixas de rodagem, onde havia outros carros parados, quando chegou de repente um carro ao nosso lado e lá de dentro cinco indivíduos na nossa direcção. Mostraram umas identificações pouco convincentes, a dizer que eram da polícia, e perguntaram o que estávamos ali a fazer e que tínhamos uma atitude muito suspeita. Explicámos a nossa missão mas eles começaram a dizer que tínhamos de os acompanhar, para sermos interrogados. Ainda telefonámos ao chefe da OSGOF e ao colega que estava em Ife, que nos disseram para não sair dali e que falaram com os indivíduos, mas de nada serviu. Finalmente, uma nota de 20 dólares mudou de mãos e tudo se resolveu.
Depois deste episódio, avisámos a outra equipa que vinha mais para trás para ter cuidado nas paragens. Quando a noite começou a cair, foi decidido que as duas equipas seguiriam juntas e não haveria mais paragens. Preferimos quebrar os procedimentos de medição para não arriscar a segurança das equipas nesta zona problemática do delta do Níger.
Até Ife apanhámos zonas da auto-estrada completamente degradadas, em que nos cruzámos muitas vezes com carros que circulavam em contramão para fugir ao pior estado da outra via.
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